Jogadores do Vasco foram proibidos de atuar por analfabetismo
Um dos pioneiros contra o racismo e o preconceito no futebol brasileiro, o Vasco da Gama dava há 98 anos a “Resposta Histórica”, que ficou marcada como um título na história cruzmaltina. Foi em 1924 que o Gigante da Colina protestava contra as medidas e restrições pela AMEA, uma liga formada por clubes de elite do Rio de Janeiro.
Na época, o Vasco desejava entrar na liga para participar da Primeira Divisão do Campeonato Carioca. No entanto, os cartolas dos clubes de elite adotaram critérios que afetaram diretamente o time cruzmaltino – um deles obrigava a exclusão de clubes que tinham atletas analfabetos.
Os 12 atletas do Vasco eram negros e desprovidos de condições financeiros. Eram eles: Nelson, Leitão e Mingote (Espanhol); Brilhante, Bolão (Paula Santos) e Arthur; Paschoal, Torterolli (Russo), Russinho, Ceci (Pires) e Negrito. Com isso, por meio de um ofício do presidente José Augusto Prestes, o clube informou que não iria participar da liga por conta das determinações.
O cruzmaltino jogou por ligas alternativas naquele ano, e atraiu muito público e repercussão da imprensa carioca. Por conta disso, A AMEA admitiu o Gigante da Colina na liga em 1925. Até hoje, a luta por causas sociais é uma das principais pautas no Vasco da Gama.
Consequentemente, a exclusão da AMEA também resultou na construção do São Januário, já que uma das condições de participação na liga era ter um estádio próprio. Com uma campanha de arrecadação intensa, o cruzmaltino conseguiu realizar a construção e ergueu o estádio em 1927. No jogo de inauguração, o Gigante da Colina foi derrotado por 5 a 3.