Lenda do Vasco virou censurador da Ditadura
Augusto da Costa foi um dos maiores ídolos da história do Vasco da Gama. Ele fez parte do Expresso da Vitória, que conquistou 5 Cariocas (45, 47, 49, 50 e 52), além do Sul-americano de clubes em 48. Foram 311 jogos pela equipe principal, sem expulsões. No entanto, fora dos gramados, Augusto tinha uma vida pra lá de curiosa.
Enquanto era jogador de futebol, Augusto também trabalhava como Policial Especial da cidade de São Cristóvão. No entanto, após se aposentar no ano de 1953, o ídolo vascaíno se tornou censor federal, começando a trabalhar no cargo antes mesmo da ditadura militar no Brasil, que aconteceu entre 1964 e 1985.
“Sempre luto o máximo que posso. É o que fiz no meu emprego de funcionário público: entrei como polícia especial, cheguei a censor federal quando me aposentei. A gente também nunca deve pensar que uma coisa é fácil”, contou Augusto no livro Dossiê 50.
O ídolo vascaíno foi responsável por censurar a música Lobo Bobo, um dos clássicos da bossa nova, composto por Carlos Lyra e Ronaldo Bôscoli. Filho de Ronaldo, João Marcelo Boscoli contou a história: “Não entendi porque uma música como Lobo Bobo tinha sido censurada. E ele (o pai, Ronaldo Bôscoli) contou: ‘A música era ‘era uma vez um lobo mau que resolveu comer alguém”.
“Aí, o cara da censura disse que não podia comer alguém, e argumentei: ‘Mas Augusto, o lobo come, né?’ ‘Ronaldo, não sou burro, acha que vai me enrolar?’ Aí ele parou pra pensar… ‘Augusto, e jantar alguém?’ ‘Jantar pode’. E ficou assim”, completou.
Ídolo do Vasco quase foi o capitão de título da Copa do Mundo no Brasil
Você sabia que Augusto da Costa, ídolo do Vasco da Gama, quase foi o capitão de um título da Copa do Mundo pela Seleção Brasileira? O episódio aconteceu em 1950, na primeira Copa realizada no Brasil, onde o elenco da Canarinho era formado em sua maioria por atletas do Vasco, que faziam parte do lendário “Expresso da Vitória”.
Augusto era o dono da braçadeira de capitão na ocasião. Com o Brasil considerado como grande favorito para levantar a Taça Jules Rimet, o ídolo vascaíno teria até mesmo ensaiado como levantaria o troféu, segundo relato publicado no livro do autor Geneton Moraes Neto, “Dossiê 50”.
No entanto, o sonho de Augusto e de todo o povo brasileiro acabou sendo despedaçado na final contra o Uruguai, onde aconteceu o famoso “Maracanazzo”. “Nem lembro direito como consegui sair do Maracanã e ir para minha casa na Ilha do Governador. Não sei o que falei e quem estava comigo”, afirmou o jogador em depoimento para o livro “Dossiê 50”.