Ex-Vasco perdeu o irmão no acidente da Chapecoense

Você lembra da passagem de Guilherme Biteco no Vasco da Gama? O meia atuou pelo Vasco em 2014, por empréstimo do Grêmio. Ele jogou com a camisa cruzmaltina em apenas 10 oportunidades. Guilherme é irmão de Matheus Biteco, atleta que faleceu no acidente de avião da Chapecoense, em 2016.

Ambos foram revelados no Grêmio, mas seguiram trajetórias diferentes em suas carreiras. Guilherme foi contratado pelo Hoffenheim da Alemanha, mas não vingou e voltou ao Brasil onde rodou por Vasco, Santa Cruz e Ceará. Matheus se destacava e ganhava chances nas seleções de base e foi emprestado para a Chapecoense em 2016 para ter mais tempo de jogo.

No mês do acidente que vitimou 71 pessoas no voo que levava a Chapecoense para a primeira final Copa Sul-Americana, Guilherme Biteco foi mandado embora do clube cearense. Depois de quase um ano sem atuar, o atleta assinou com o Paraná. Em seu retorno aos gramados, ele desabafou:

“Dia estranho pra mim.. voltar a jogar depois de quase um ano e dia de lembrar que meu telefone não vai tocar após os jogos com você me dizendo o que fiz de certo e de errado.. tô em busca do nosso sonho, continua me guiando aí de cima. Te amo”, escreveu. Hoje, aos 29 anos, Guilherme Biteco atua no São José-RS.

Ex-Vasco tem história tristíssima com esposa falecendo em seus braços

Você lembra de Marcos Júnior no Vasco da Gama? O meia atuou no Gigante da Colina entre 2020 e 2021, chegando em São Januário após uma ótima passagem pelo Bangu, marcada por ser o protagonista de uma classificação heróica do clube carioca para a Taça Rio em 2019. Em entrevista à ESPN na época, Marcos contou que dedicou o gol da classificação para sua esposa, falecida em dezembro de 2018, após uma luta contra o câncer.

A partida heróicia em questão foi justamente contra o Vasco. Marcos marcou o segundo gol que marcou uma virada de 2 a 1 da equipe de Moça Bonita contra o cruzmaltino. Ao deixar o gramado, ele deu uma entrevista e se emocionou ao falar da importância de sua esposa, Vanessa França, em sua vida.

“Eu tinha descoberto a noite e estava saindo demais. Tinha companhias erradas e isso ia prejudicar minha carreira. Por causa dela eu parei com isso. Estava perdendo o foco no futebol. Depois daquilo ela esteve comigo em todos os momentos e ia sempre que podia a todos os jogos”, contou Marcos, em entrevista para a ESPN.

Quando recebeu a notícia de que Vanessa estava com câncer, o meia atuava no ABC, de Natal. “Fazia só umas três semanas que eu estava em Natal quando a minha tia, que tinha ido ao hospital, me contou que ela tinha um câncer no colo do útero. Eu queria voltar para ficar perto dela. Mas a Vanessa me pediu para que eu ficasse, porque lá poderia ajudar mais. Se voltasse, eu não iria receber e não poderia ajudar no tratamento”, recordou.

“Assim que voltei para casa, fiquei com ela. A doença já tinha avançado e no dia oito de dezembro ela tinha piorado bastante. Nós estávamos em casa, ela passou mal. No caminho para o hospital, ela faleceu nos meus braços dentro do carro. Ela iria completar 25 anos no dia 26 de dezembro”, lembrou o jogador.

“Era um câncer muito agressivo, ela chegou a fazer uma cirurgia para ver até se poderia tirar, mas não tinha como. Foi tudo muito rápido mesmo. Não desejo isso para ninguém. Acho que ninguém imagina ver a pessoa que você ama morrer nos seus braços e você não poder fazer nada. Você se sente impotente”, disse.

“Foi muito complicado, mas contei com o apoio dos meus familiares e dos meus amigos e dos companheiros do Bangu para me ajudarem nesse período. Minha família sempre falava para eu não desistir porque a Vanessa queria que eu continuasse no futebol”, contou.

Marcos Júnior deixou o Vasco da Gama em 2021, assinando com o Remo. Em 2022, atuou pelo Volta Redonda, e hoje, aos 27 anos, atua no Urartu, da Armênia.