Por que Eurico Miranda ficou como traídor no ano de 1987?

O Campeonato Brasileiro de 1987 ficou marcado pela “traição” de Eurico Miranda ao Clube dos 13. Carlos Miguel Aidar, presidente do C-13 na época, acusou Eurico, que era vice do Vasco, de trair a entidade quando aceitou o cruzamento entre dos finalistas da Copa União (torneio organizado pelo Clube dos 13) e o Módulo Amarelo (da CBF).

Segundo o ex-dirigente vascaíno, ele fez isso apenas para legitimar o novo torneio. “Tentamos alguma coisa nesse sentido. Criamos os módulos para CBF reconhecer a Copa União. Para isso acontecer, tivemos que colocar os cruzamentos e todos aceitaram isso na época”, afirmou Eurico.

“Não tem no meu dicionário a palavra traição. Tem assumir as coisas. Se eles não são de assumir, problema deles. Íamos disputar uma competição pirata, que a CBF não reconhecia. E a competição sendo pirata, não poderia ser realizada. A Fifa só reconhece sua associação nacional e se ela não reconhece seu torneio nacional, não tem como”, explicou Eurico.

Segundo o ex-presidente do Gigante da Colina, os times assumiram a responsabilidade de não participar do cruzamento, mesmo sabendo dos problemas que isso causaria. “Depois do andamento da competição, tentaram modificar o regulamento, tirando o cruzamento, o que não era permitido. Não foi retirado do regulamento e os clubes entenderam que assumiriam as penas e não haveria o cruzamento”, finalizou.

E o resultado desse imbróglio é conhecido por todos. O Sport, vencedor do Módulo Amarelo, foi declarado o campeão brasileiro daquele ano, tanto pela Justiça quanto pela CBF. No entanto, o Flamengo, que conquistou a Copa União, também se reconhece como o vencedor da competição nacional no mesmo ano. A briga pelo título de 87 se arrasta até os dias de hoje.