O jogo quase trágico do Vasco da Gama que não teve fim

Um dos episódios mais tristes do futebol brasileiro quase se tornou em uma grande tragédia. Na final da Copa João Havelange, em 2000, entre Vasco e São Caetano, o alambrado do São Januário cedeu e deixou cerca de 160 torcedores feridos. O episódio se desencandeou em uma enorme confusão envolvendo o vice-presidente do clube, Eurico Miranda, e o governador do Rio de Janeiro, Anthony Garotinho.

No dia 30 de dezembro daquele ano, o cruzmaltino e o time ABC Paulista entraram em campo para a segunda partida da final da João Havelange, competição que substituiu o Brasileirão daquele ano devido a um imbróglio jurídico envolvendo Gama, Botafogo e Internacional. Na ida, as equipes empataram em 1 a 1. O cruzmaltino poderia empatar sem gols que conquistaria o título, por conta da regra dos gols fora.

33 mil pessoas superlotaram a Colina Histórica naquele dia. Os torcedores faziam uma bela festa, que terminaria com apenas 23 minutos de jogo. Uma briga entre torcedores do Vasco causou um tumulto nas arquibancadas. Tenta fugir da situação, algumas pessoas foram caindo e se amontoando no alambrando, que desabou. 160 pessoas ficaram feridas, e não houve nenhuma casualidade. Por um breve momento, São Januário parecia um campo de batalha.

Eurico Miranda foi criticado por querer tirar os feridos de campo para que a partida fosse recomeçada.  O chefe da Defesa Civil do Rio disse a partida tinha condições de ser reiniciada. Mas o governador Anthony Garotinho ligou e deu a ordem para que o jogo fosse suspenso. 

O jogo foi remarcado para o ano seguinte, e foi disputado no Maracanã. O cruzmaltino venceu por 3 a 1, em partida que ficou marcada na história do futebol brasileiro por conta do logo da “SBT” estampado no uniforme vascaína, visto como uma “vingança” de Eurico contra a Globo, transmissora a qual ele alega que teve influência no não-reinício da disputa no ano anterior.