Clássico entre Flamengo e Vasco teve microfone escondido com árbitro
No dia 23 de setembro de 1982, Flamengo e Vasco se enfrentaram na decisão da Taça Guanabara, pelo primeiro turno do Campeonato Carioca. No entanto, aquele não foi um Clássico dos Milhões comum. Em um dos jogos mais polêmicos do torneio estadual, o árbitro daquele confronto, José Roberto Wright, apitou o jogo com um microfone escondido, no que fazia parte de uma reportagem para o programa Esporte Espetacular, da Rede Globo.
Segundo os jornalistas Fernando Guimarães e Luís Antônio Nascimento, criadores da ideia, afirmaram que a ação tinha o objetivo de mostrar que a tecnologia poderia auxiliar no futebol. Enquanto isso, Roberto Wright, que aceitou participar da reportagem, disse que queria mostrar a dificuldade que um árbitro enfrenta durante um jogo de futebol.
Até aí, tudo bem. O problema começa quando nem as equipes e nem a Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro sabia da situação. O Flamengo foi o vencedor daquele embate, com um gol solitário de Adílio. E mesmo assim, o time rubro-negro processou a Globo por uso indevido da imagem.
No entanto, foi o Vasco que ficou mais revoltado com o episódio. O time cruzmaltino afirmou que o áudio influenciou a condução de jogo de Wright, e também que houve uma grande perseguição à um atleta vascaíno: o meia Geovane. A FERJ puniu Wright com uma suspensão dos jogos do Campeonato Carioca. No entanto, o árbitro foi absolvido pelo STJD.
O episódio, apesar de ter dado uma enorme audiência para a Rede Globo, gerou uma polêmica enorme, não apenas com pessoas do meio do futebol, mas também com outros meios de comunicação, que condenaram a ação. A reportagem acabou ficando conhecida como o “Watergate do Futebol Brasileiro”, em alusão ao escândalo envolvendo o presidente americano Richard Nixon, em 1972.