No início de março, a CBF escolheu Ricardo Gomes, ex-técnico do Vasco da Gama, para assumir a função de coordenador técnico no amistoso contra o Marrocos, realizado no dia 25. Anteriormente, a posição era ocupada por Juninho Paulista, que integrava a comissão técnica de Tite.
O ex-zagueiro já tinha feito parte da comissão técnica de Tite no Catar como convidado, quando foi observador técnico. A nova função também já havia sido desempenhada anteriormente por Edu Gaspar. “Fui convidado pelo presidente (Ednaldo Rodrigues) para exercer essa função. Eu e o Ramon trabalhamos juntos (no Fluminense). Pelo que ele fez na Sub-20, chega por méritos na seleção principal”, afirmou Ricardo.
Da comissão técnica que esteve com o ex-treinador na Copa do Mundo, são três os remanescentes: os analistas Bruno Baquete e Thomaz Koerich, e o fisiologista Guilherme Passos. Já a equipe que chega com Ramon Menezes é quase toda a mesma que foi campeã Sul-Americana Sub-20, na Colômbia, no mês passado.
Quando o técnico do Vasco da Gama teve um AVC no clássico
Ricardo Gomes foi um dos melhores técnicos do Vasco da Gama no século, conquistando a Copa do Brasil de 2011. No entanto, no mesmo ano, Ricardo sofreu um drama trágico, durante um clássico contra o Flamengo no Engenhão, válido pelo Campeonato Brasileiro.
Na ocasião, Ricardo Gomes teve um acidente vascular cerebral (AVC) hemorrágico quando estava na beira do gramado, e precisou ser atendido às pressas. Ele passou por um procedimento cirúrgico bem-sucedido no Hospital Pasteur, no Rio de Janeiro.
Depois de quatro anos se recuperando, Ricardo Gomes conseguiu voltar ao seu trabalho. Em 2015, ele assinou como treinador do Botafogo. “Estou feliz. Feliz pela recuperação. Ela não é total ainda, mas estou muito feliz em voltar ao trabalho. Pessoas que tiveram o mesmo acidente que eu, que buscam voltar ao trabalho, pelo menos essa parte eu posso mostrar que é possível”, disse Ricardo em entrevista ao site Globo Esporte na época.
“Apesar da gravidade do acidente, consegui me recuperar por meio de pessoas competentes que existem no Brasil, entre médicos, terapeutas, fonoaudiólogos… Temos grandes profissionais e agradeço a eles”, completou o treinador. Ricardo foi liberado pelos médicos para voltar a treinar em 2013, mas preferiu ter cautela e ficou mais dois anos se recuperando.
O ex-zagueiro da Seleção Brasileira ficou no Botafogo até 2016, acumulando 67 jogos no comando do clube. Ele ainda treinou o São Paulo até encerrar sua carreira como treinador em 2017, no Al Nassr, da Arábia Saudita. Nos últimos anos, Ricardo trabalhou como dirigente, atuando como diretor de futebol de clubes como Santos e Bordeaux.