Jogador acredita ter sido alvo de armação no Vasco
Natural de Macéio, Alagoas, Morais foi um dos grandes meio-campistas do Vasco da Gama durante a década de 2000. No entanto, o atleta teve uma saída conturbada do clube e guarda mágoa com o então presidente Roberto Dinamite. Morais iniciou sua trajetória nas categorias de base do CRB, e com grande destaque, foi convidado para atuar nos times juniores do Gigante da Colina. Em 2002, fez sua estreia como profissional pelo Almirante, na derrota para o Americano por 4 a 3 em São Januário.
Após pouca consistência no ano de 2003, Morais foi emprestado ao Atlético Paranaense, em 2004. Retornou ao Vasco em 2005, mais maduro e já visto como um titular da equipe carioca. Iniciou bem o ano de 2006, sendo titular e marcando na vitória por 3 a 1 contra o Madureira, no dia 15 de janeiro, em jogo válido pelo Campeonato Carioca. No Campeonato Brasileiro, continuou com a boa forma.
Em 2007, foi muito assediado por clubes da Europa, mas o Vasco recusou quaisquer propostas prontamente por considerar o atleta importante para a equipe. Logo no início do ano de 2008, os times europeus voltaram a demonstrar interesse no atleta. Desta vez, o próprio meia recusou propostas e dedicou seu futuro ao Vasco.
No entanto, sua história dentro do clube cruzmaltino foi comprometida no mesmo ano. Durante o Campeonato Brasileiro, após uma manifestação de torcedores que entraram na concentração dos jogadores em meio à uma péssima fase do Almirante em campo, Morais, alegando problemas psicológicos, pediu para não jogar.
O episódio não agradou à diretoria e, após o jogador faltar aos treinos, teve seu salário suspenso. Depois, Morais ainda alegou uma lesão que foi desmentida pelo médico do clube e pelo treinador Tita. Devido a todos esses problemas, a diretoria do clube decidiu aceitar a proposta do Corinthians e o jogador foi emprestado por um ano. Em 2010, o time paulista comprou o atleta em definitivo.
Em 2013, em sua apresentação no Atlético Mineiro, Morais relembrou o episódio e disse ter sido vítima de armação dentro do clube vascaíno. “O Dinamite assumiu e fui tratado como uma laranja podre. A gestão me prejudicou. Um cara com contrato de quatro anos, que dez meses atrás ia para a Copa América… Minha única mágoa é essa. Faltou respeito comigo”, afirmou Morais.
Logo que ele assumiu, todo mundo recebeu o salário, menos eu. Dinamite acabou botando na imprensa que eu tinha que correr mais, mesmo assim continuei, até que um dia não havia segurança no clube, os torcedores invadiram e foram até o vestiário me cobrar. Sorte que um segurança estava lá, era meu amigo, estava armado e segurou a onda. Todo mundo saía do vestiário e não era cobrado. Achei que estava tranquilo e, quando saí, todo mundo veio em cima de mim”, lembrou o meia.
“Falaram que eu não queria nada com o clube, que só vivia em baile funk. Cheguei a pensar que de repente foi armado. Talvez tenham deixado de propósito. Como podem dez caras chegar até mim numa facilidade, coisa que nunca tinha acontecido? Talvez tenha sido uma armação para eu sair, já que eu estava cansado. Não tenho certeza. De repente estavam de saco cheio de mim, não sei”, finalizou o atleta.