Os primeiros técnicos do Vasco foram estrangeiros

Fundado em 1898, o Vasco da Gama só passou a ter uma equipe de futebol em 1916. Com a profissionalização do futebol no Rio de Janeiro, ligas foram criadas e a necessidade dos clubes terem técnicos apareceu. E o primeiro treinador da história do Vasco não foi brasileiro, mas sim uruguaio. E curiosamente, seu sucessor foi inglês. Confira a história de Ramon Platero e Harry Welfare no cruzmaltino:

A história de Platero é um tanto quanto inusitada. Primeiro estrangeiro a treinar a Seleção Brasileira, o uruguaio assumiu o Vasco em 1922, quando o clube estava na segunda divisão do Campeonato Carioca. O fato bizarro é que Platero também treinava o Flamengo ao mesmo tempo. No fim do ano, ele garantiu o acesso do cruzmaltino para a primeira divisão.

Não era permitido treinar duas equipes da mesma divisão ao mesmo tempo, e o uruguaio acabou preferindo o Vasco, onde conquistou bicampeonato carioca de 1923 e 1924. Além disso, Platero também fez parte da “Resposta Histórica”, carta enviada pela AMEA, recusando-se a aceitar o pedido de excluir doze jogadores negros e operários do time.

Platero deixou o Vasco em 1927 e quem assumiu foi o inglês Harry Welfare. Nascido em Liverpool, Welfare era profundamente ligado ao Fluminense, e deixou clube das Laranjeiras para aceitar o cargo remunerado de treinador cruzmaltino. O inglês tinha uma linha de trabalho bem parecida com Platero, com foco no preparo físico e visando revolucionar a equipe táticamente.

Harry ficou no cruzmaltino por 10 anos, e foi responsável pela criação do Departamento Médico de São Januário. Ele conquistou os Campeonatos Cariocas de 1929, 1934 e 1936.