Qual é o mascote do Vasco da Gama?
Atualmente, o Almirante é conhecido como o principal mascote do Vasco da Gama. É possível vê-lo não apenas no “branding” do clube, como também no São Januário em dias de partida do Gigante da Colina, e é sem sombra de dúvidas o mais famoso entre não apenas vascaínos, como também por amantes de futebol em todo o país. Ele foi criado pelo argentino Lorenzo Molas em homenagem ao navegador português Vasco da Gama, que batizou o clube.
As primeiras charges de Molas apresentavam o vascaíno como um português gordo, careca e de longos bigodes; em 30 de junho de 1944, foi publicada no Jornal dos Sports a primeira charge contendo a figura do Almirante. Nessa, o vascaíno é representado por um almirante português, na proa de uma caravela com a cruz de cristo.
A partir daí, a figura do Almirante passou a ser presença constante nas charges de Molas e ganhou sucesso com os torcedores do clube, que adotaram o mascote. O chargista sempre representava o Almirante acompanhado por uma navegação portuguesa. Nas palavras do próprio Jornal dos Sports, o Almirante é um “verdadeiro lobo do mar, em sua caravela, sempre pronto a navegar e enfrentar todas as tormentas”.
Mais tarde, o próprio Vasco passou a considerar o Almirante como mascote oficial. Em 2012, o Almirante tinha traços mais infantis, lançado no dia das crianças. Em 2018, ele foi reformulado, e ganhou expressão mais séria e menos infantil, ficando conhecido nas redes como “Almirante pistola”, em razão da expressão fechada do mascote.
No entanto, a figura de origem portuguesa nem sempre foi considerada o símbolo que representa o Vasco. Nas década de 40 e 50, o cruzmaltino teve como mascote nada mais nada menos que um corvo. O nome do animal era bastante imponente: Dom Corvo I e Único.
Ele surgiu em 1947, quando Álvaro do Nascimento Rodrigues, colunista do Jornal dos Sports, criou a história através de seus textos. Além disso, o chargista Otelo Caçador também contribuiu com a criação da imagem do corvo, colocando o pássaro no alto de uma caravela cruzmaltina em uma charge feita para a partida entre Vasco e Botafogo.
“O Otelo, em sua primeira charge, monta uma caravela que enfrenta o castelo botafoguense, no dia de Vasco x Botafogo. Sobre uma das velas há um pássaro preto. O Vasco ganha o jogo por 2 a 0 e toda essa trama é desenvolvida pelo Álvaro em parceria com Otelo sobre esse novo mascote que acompanhava o antigo, o almirante, formando uma dupla” relatou Walmer Peres, historiador do Vasco, em entrevista ao Globo Esporte.
E o corvo marcou uma época importante para a história do Vasco: a era do “Expresso da Vitória”, que conquistou o Carioca em 1945, 1947, 1949, 1950 e 1952, além do Sul-Americano de 1948. Por conta do sucesso do mascote, o próprio colunista Álvaro Rodrigues trouxe um corvo diretamente de Portugal, chegando a levá-lo na rádio Mayrink Veiga, onde o animal “falou” no microfone. A torcida acompanhou a chegada da ave em carreata.
No entanto, o animal faleceu em 1959, e desta forma, a imagem do corvo como mascote do cruzmaltino também desapareceu. O Almirante, que já havia sido criado em 1944, voltou a ganhar força e permaneceu como o mascote oficial do Vasco da Gama.
Ao longo da história, outros mascotes também foram relacionados ao Gigante da Colina, como o Bacalhau, criado pelo chargista Henfil; o Leão Marinho, criado por Magabeira; Barbosinha, que trata-se de um mascote infantil em homenagem ao goleiro Barbosa do Expresso da Vitória; o Capitão Vasco, criado pela revista Placar; o Zumbi Eddie, que é o mascote representante da Torcida Força Jovem Vasco, entre outros.