Técnico já treinou Vasco e Flamengo ao mesmo tempo
Parece impossível, mas o seguinte fato bizarro e inusitado já aconteceu: um técnico já treinou Vasco e Flamengo ao mesmo tempo. Apesar da rivalidade extrema entre ambos os clubes, o uruguaio Ramon Platero conseguiu realizar tal feito em 1922. Relembre a história:
Ramon Platero é um nome pouco lembrado no futebol brasileiro, mas ele ficará marcado na história não apenas pelo fato bizarro, mas também por ter sido o primeiro estrangeiro a treinar a Seleção Brasileira. Em 1922, o Flamengo estava estabelecido na primeira divisão carioca, enquanto o Vasco, emergente e recém-chegado ao futebol, iniciava sua trajetória e disputava a segunda divisão.
“Em 1922, o Vasco já vislumbrava que poderia ser vencedor da segunda divisão do Campeonato Carioca. Já tínhamos alguma ideia de que em 1923 disputaríamos a primeira divisão. Teríamos que nos preparar de forma compatível com a importância daquele cameponato. Nada melhor que buscar elementos de excelência. O nome escolhido foi o do Ramon Platero. Ele tinha um vínculo com o Flamengo e inicialmente se dispôs a dar uma assessoria de estruturar o futebol vascaíno, visando ao ano de 1923. E numa situação insustentável, não poderia servir a dois clubes, e quis o destino que ele fosse para o Vasco” disse João Ernesto Ferreira, vice-presidente de Relações Especializadas do Vasco, responsável pelo Centro de Memória do clube em entrevista ao Globo Esporte.
No fim do ano, Platero conseguiu o acesso com o Vasco e terminou a primeira divisão do carioca em segundo lugar com o Flamengo. Como o uruguaio não poderia treinar duas equipes na mesma categoria, os dois rivais teriam que disputá-lo para o ano seguinte.
E quem levou a melhor foi o Vasco. O cruzmaltino ofereceu mais dinheiro e fechou definitivamente com Platero. Como resultado, o uruguaio trouxe para o clube o bicampeonato carioca de 1923 e 1924 e uma transformação na forma de se pensar futebol na época. Além disso, Platero também fez parte da “Resposta Histórica”, carta enviada pela AMEA, recusando-se a aceitar o pedido de excluir doze jogadores negros e operários do time.